Intervenções

Fábio Pinto | 15.ª Sessão da Assembleia de Freguesia da Guarda

 Fábio Pinto - membro efetivo do Grupo do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia da Guarda

 

Intervenção realizada na 15.ª Sessão da Assembleia de Freguesia da Guarda do mandato autárquico compreendido entre os anos de 2021 e 2025, a 30 de dezembro de 2024, no período da ordem do dia, nomeadamente no ponto referente à autorização prévia para assunção de compromissos plurianuais, para apresentar a análise do Grupo perante a proposta de autorização prévia, solicitada pelo Executivo da Junta de Freguesia nesta Sessão.

 

O Grupo do Partido Socialista nesta Assembleia de Freguesia abordou um tema de particular importância e complexidade, relacionado com a autorização prévia para a assunção de compromissos plurianuais. Este pedido levanta questões legítimas, que exigem reflexão, clareza e um debate honesto.

 

Trata-se de compromissos financeiros que, potencialmente, poderão ultrapassar o horizonte do atual mandato, transitando para aqueles que, no futuro, terão de gerir os destinos da Freguesia.

 

Assim, a primeira pergunta colocada foi: que compromissos específicos pretende a Junta de Freguesia assumir? Até ao momento, a justificação apresentada para a necessidade desta autorização prévia revelou-se vaga, sem um esclarecimento claro sobre os projetos ou iniciativas que sustentam este pedido.

 

Fábio Pinto enfatizou que, num momento em que se solicita à Assembleia de Freguesia a aprovação de compromissos plurianuais, é essencial que sejam apresentados, com transparência, os planos e objetivos concretos que fundamentam esta intenção. Sem essa informação, como avaliar a relevância, o impacto ou mesmo a urgência destes compromissos?

 

Foi ainda levantada uma questão central: quais são os compromissos que, de forma previsível, ultrapassarão a vigência do atual mandato? E, mais importante, quais as implicações para o próximo Executivo?

 

O Grupo destacou a necessidade de uma análise rigorosa e ponderada sobre o impacto futuro, uma vez que os eleitos que vierem a suceder-nos herdarão estas obrigações financeiras, independentemente das suas prioridades ou visão estratégica para a Freguesia.

 

De igual forma, Fábio Pinto assinalou uma contradição no argumento frequentemente utilizado pelo Executivo para não avançar com a revisão ao regulamento de apoio às associações, sob a alegação de receio em comprometer o próximo mandato. Como pode, então, o Executivo justificar a presente solicitação, que visa onerar os eleitos do próximo mandato com compromissos financeiros de longa duração?

 

O Grupo salientou que esta incoerência merece ser questionada. Não é aceitável recusar a melhoria de um regulamento sob o pretexto de proteger o futuro e, ao mesmo tempo, propor decisões que criam encargos concretos e prolongados para esse mesmo futuro.

 

Por fim, o Grupo reforçou que não se opõe à aprovação de compromissos plurianuais, desde que estes sejam justificados, ponderados e tragam benefícios concretos e duradouros para a Freguesia. A política, como sublinhou Fábio Pinto, deve basear-se numa visão estratégica e responsável, e não em conveniências momentâneas.

 

O Grupo concluiu apelando a que as decisões tomadas nesta matéria sejam orientadas por coragem e sentido de futuro, correspondendo às legítimas expectativas dos cidadãos que esta Assembleia representa.

 

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