Intervenções

Fábio Pinto | 16.ª Sessão da Assembleia de Freguesia da Guarda

 Fábio Pinto - membro efetivo do Grupo do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia da Guarda

 

Intervenção realizada na 16.ª Sessão da Assembleia de Freguesia da Guarda do mandato autárquico compreendido entre os anos de 2021 e 2025, a 22 de abril de 2025, no período da ordem do dia, nomeadamente no ponto referente à apreciação e votação da prestação de contas de 2024, para analisar a proposta da Prestação de Contas do ano de 2024, apresentada pelo executivo da Junta de Freguesia, com um apelo à responsabilidade e à transparência, reafirmando o compromisso com o rigor na análise da gestão dos recursos públicos.

 

Sublinhou que a apreciação das contas não se resume a um ato técnico, mas constitui um exercício de escrutínio político e democrático sobre a ação da Junta e a forma como foram definidas e executadas as prioridades da Freguesia.

 

O ano de 2024, segundo Fábio Pinto, foi marcado por múltiplos desafios, exigindo da Junta visão estratégica e respostas concretas. No entanto, a análise do documento apresentado revela, na sua opinião, falta de execução, ausência de planeamento realista e carência de inovação.

 

O membro eleito destacou a eficácia da Junta na arrecadação de receitas, com um aumento de 82 mil euros face a 2023, embora tenha apontado uma quebra inexplicada na cobrança do IMI. Apontou também a elevada dependência do Fundo de Financiamento das Freguesias, que representa já 56% das receitas, e criticou a falta de esforço em diversificar fontes de financiamento, o que considera limitador para o futuro da Freguesia.

 

No que respeita às despesas com avenças, o valor ascende a 74 mil euros. Embora reconhecendo o mérito do trabalho desenvolvido por vários profissionais, Fábio Pinto defende que este montante deve ser acompanhado de uma aposta mais robusta em parcerias e trabalho em rede, para aumentar a eficiência e o alcance da ação da Junta.

 

Sobre o apoio ao associativismo, o socialista assinalou um aumento do valor executado e do número de associações apoiadas. Contudo, questionou fortemente a falta de critérios claros e a desigualdade na atribuição de apoios, exemplificando com discrepâncias evidentes entre associações com níveis de atividade semelhantes. Apelou à transparência na definição e aplicação dos critérios de apoio, criticando o Executivo por manter, quatro anos depois, total opacidade sobre o processo.

 

Outro ponto de crítica foi a baixa execução do orçamento, com mais de 120 mil euros poupados à custa de compromissos não cumpridos. Fábio Pinto salientou que menos de 50% do valor previsto para investimentos foi executado, e apenas 30% do montante destinado à viação rural – uma área sob responsabilidade delegada da Câmara Municipal – foi concretizado. Classificou esta situação como reflexo de uma gestão que promete muito e realiza pouco, lamentando a ausência de explicações para os incumprimentos.

 

Fábio Pinto concluiu afirmando que a prestação de contas de 2024 espelha um padrão repetido de falta de execução, ausência de estratégia e oportunidades desperdiçadas. Reiterou que as críticas apresentadas não são motivadas por oposição partidária, mas por um profundo sentido de responsabilidade para com os cidadãos. E deixou uma nota de esperança: que 2025 traga uma gestão mais ambiciosa, mais ativa e mais respeitadora dos compromissos assumidos com a população da Guarda.

 

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