O Grupo do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia da Guarda (GPS AFG) defende que o procedimento de consulta pública sobre a antiga Casa da Legião Portuguesa deve ser o ponto de partida para a criação de um plano que defina uma estratégia de futuro para o Centro Histórico Guardense.
Numa nota remetida à Comunicação Social regional, a 16 de maio de 2022, o GPS AFG saudou a criação, pela Câmara Municipal da Guarda, de um procedimento de consulta pública sobre a antiga Casa da Legião Portuguesa.
A iniciativa, ainda que seja não vinculativa, preenche o tema com a participação da comunidade e proporciona a oportunidade a todos os Guardenses de poderem partilhar a sua visão acerca do futuro a que este espaço poderá ter.
O GPS AFG acredita que se trata de uma discussão da maior importância, pois está em causa uma zona muito nobre e histórica da cidade da Guarda, considerando que qualquer intervenção em áreas consideradas “centros históricos” ou com interesse para a memória, para a identidade ou para o atual conceito de património, deverá:
a) valorizar o espaço;
b) resolver questões importantes subordinadas à funcionalidade, utilização e segurança daquela área;
c) integrar a recuperação do espaço num plano pensado de forma complementar para todo o centro histórico.
É sabido que o principal motivo de atração que leva um turista a visitar o interior do país é a sua história, os seus edifícios e castelos, a sua tradição, os seus costumes, gastronomia, a sua paisagem e a sua natureza.
Assim, atendendo a estas evidências, o futuro procedimento a ser promovido no espaço da antiga Casa da Legião Portuguesa, seja qual for a decisão final a assumir pela autarquia, tem de ser um ponto de partida para uma discussão muito mais ampla e mais importante para o futuro da cidade, do concelho e da própria região.
Hoje, mais do que nunca, as evidências do abandono a que o centro histórico da Guarda tem sido condenado são demasiado evidentes.
A Guarda não tem conseguido capitalizar benefícios da formidável ascensão que a economia ligada ao turismo tem provocado no país.
Este facto, no entender do GPS AFG, muito se deve à absoluta ausência de uma política de recuperação e valorização do potencial histórico e, consequentemente, turístico da Guarda, que não a diferencia, promove, projeta e cria condições de atratividade aos turistas que visitam Portugal e a nossa região.
Por outro lado, o GPS AFG considera que a Guarda não usufrui do seu centro histórico como acontece em tantas outras cidades, muito pela falta de funcionalidade, ausência de manutenção e criação de mecanismos e políticas municipais que apoiem e promovam a recuperação de espaços habitacionais e ligados à atividade económica, a começar por aqueles que são propriedade municipal.
Assim sendo, o GPS AFG saúda esta iniciativa, mas acredita que ela deve ser, obrigatoriamente, a génese de um debate sobre o futuro do centro histórico da Guarda e de um plano bem estruturado, consubstanciado em estudos e levantamento casuístico do espaço nobre Guardense, que seja trabalhado por especialistas na área e que permita à Guarda estabelecer uma linha de ação a desenvolver para salvar o seu centro histórico.
Os erros do passado não podem ser desculpas nem justificações para que se repitam, antes devem ser inteligência e experiência para que se evitem outros iguais.