A 30 de junho de 2025, no período de antes da ordem do dia da 17.ª Sessão da Assembleia de Freguesia da Guarda, no ponto referente a assuntos de interesse para a Freguesia, Carmo Santos, membro efetivo do Grupo do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia da Guarda (GPS AFG), apresentou uma intervenção política de balanço sobre o mandato autárquico 2021-2025, procurando partilhar as suas conclusões e observações relativamente à atividade da Junta e da própria Assembleia ao longo deste ciclo.
A oradora iniciou a sua intervenção recordando o percurso que tem vindo a desempenhar enquanto eleita local, ao longo de dois mandatos autárquicos consecutivos. Manifestou o seu sentimento de orgulho pelo trabalho desenvolvido em nome do Partido Socialista e reafirmou a sua total identificação com os princípios, as orientações ideológicas e a linha de atuação do grupo a que pertence. Destacou o papel de liderança exercido pelo Coordenador do Grupo Parlamentar do PS, Fábio Pinto, salientando a sua capacidade de organização, de promover a união interna e de orientar a ação política com rigor e coerência.
Carmo Santos sublinhou que, apesar de o Grupo do Partido Socialista ter estado na oposição durante todo o mandato, nunca se demitiu das suas responsabilidades. Assumiu uma postura de vigilância permanente, mantendo uma intervenção regular, ativa e propositiva, apresentando propostas e soluções concretas para os problemas sentidos na Freguesia da Guarda.
Entre essas propostas, destacou a apresentação de um conjunto de medidas orientadas para a melhoria da participação cívica, da inclusão social e da qualidade da ação política local. Referiu, como exemplos, a sugestão para a aquisição de um púlpito e a melhoria da orgânica das Sessões da Assembleia, a criação da figura do Provador do Freguês, o lançamento de um Kit de Boas-Vindas destinado a quem visita a cidade e pondera nela permanecer, a proposta de medidas de apoio a crianças e jovens vítimas de bullying e a implementação da transmissão online das reuniões da Assembleia, com vista ao reforço da transparência e da aproximação aos cidadãos.
Lamentou, no entanto, que da totalidade destas propostas apenas duas tivessem sido concretizadas pela Junta de Freguesia, nomeadamente a melhoria da orgânica das Sessões e a transmissão online das reuniões. Considerou que esta limitação na execução das propostas apresentadas reflete uma escassa valorização do contributo da oposição por parte do executivo, facto que, em seu entender, enfraquece a dinâmica democrática local.
A intervenção centrou-se também na análise da situação dos transportes públicos urbanos na cidade da Guarda, tema sobre o qual referiu terem sido recebidas numerosas queixas por parte da população, ao longo de todo o mandato. As principais preocupações identificadas diziam respeito a atrasos frequentes, horários desajustados às necessidades dos utentes, supressão de ligações sem aviso prévio, falta de condições de segurança em alguns veículos, ausência de informação clara e atualizada sobre os horários, e a existência de paragens sem abrigos ou com equipamentos degradados.
A eleita salientou que o GPS AFG interveio por diversas vezes sobre esta matéria, apresentando sugestões e reivindicando soluções, o que, segundo referiu, contribuiu para a obtenção de melhorias visíveis em alguns pontos da cidade, nomeadamente ao nível da renovação de abrigos e da disponibilização de horários. Ainda assim, alertou para a permanência de deficiências estruturais no sistema de transportes urbanos, nomeadamente a inexistência de cobertura em várias paragens e a manifesta insuficiência de transportes ao fim de semana, problemas que continuam por resolver e que afetam sobretudo os cidadãos mais dependentes deste serviço.
No plano da mobilidade pedonal e da acessibilidade urbana, Carmo Santos denunciou o estado de degradação em que se encontram muitos passeios da cidade, identificando a existência de buracos, paralelos soltos ou amontoados junto a muros, o que representa um risco sério para os peões, particularmente para os mais idosos e para pessoas com mobilidade reduzida. Considerou que esta situação, para além de constituir uma ameaça à segurança dos cidadãos, traduz uma evidente falta de intervenção por parte do poder local e um sinal de desleixo na manutenção do espaço público.
Na parte final da sua intervenção, sublinhou que muitos dos problemas identificados ao longo do mandato não são novos, nem de resolução complexa, e que há muito deviam ter merecido a devida atenção. Defendeu que a Guarda precisa de mais qualidade de vida, mais eficiência nos serviços públicos locais e mais proximidade entre os eleitos e os cidadãos. Reiterou que a ação política deve ser orientada por uma lógica de responsabilidade partilhada, planeamento estratégico e respeito pela população.
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